Alguém deve reconstruir o mundo após a calamidade...

Durante os primeiros contatos, Bastion parece ser um daqueles títulos mais criativos do que deslumbrantes, fortemente amparados por uma mecânica ao mesmo tempo original e excêntrica. Mas essa impressão reducionista vai se dissipando aos poucos, conforme o título da Supergiant Games passa a transitar fluidamente entre atmosferas, cenários e temas distintos.
Mas há ainda outro elemento distintivo na experiência de Bastion: o seu incansável e sombrio narrador, constantemente colocando em palavras cada experiência de jogo, por mais singela que seja. Isso, sem dúvida, confere um ar de nobreza épico à experiência, tornando de fato crível que você, o único sobrevivente de uma catástrofe sem precedentes, é agora responsável por recriar todo o mundo... Tijolo por tijolo.
Um universo heterogêneo, ilógico e cativante
Não, realmente não há exageros aqui. Em Bastion, você controla um menino que, ao despertar, percebe que é o último ser vivente do que restou do seu mundo. Todo o cenário em volta se resume a escombros e estranhas criaturas que parecem determinadas a torná-lo parte do mesmo destino.

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Essa ideia torna-se ainda mais cativante graças aos traços feitos à mão de Bastion, em um estilo tremendamente rico e variado. O resultado é um amálgama dos mais improváveis; uma mistura dos velhos saloons presentes na conquista do oeste estadunidense e construções medievais — contando ainda com um ou outro bazar no meio do caminho.
A música de Bastion apenas faz reforçar as diversas atmosferas do jogo. As músicas são variadas, passando rapidamente de uma balada amarga e arrastada para um duelo de banjos ou uma batida frenética.
Afinal, é perfeitamente possível que de uma pradaria verdejante (ou o que sobrou dela) se passe a um cenário assombrado e francamente hostil. Em um dos trechos, por exemplo, você atravessará um local cheio de estátuas que são, na verdade, o que sobrou dos habitantes que, digamos, não tiveram a mesma “sorte” que o seu personagem.

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Jogabilidade tradicional
Afora a excentricidade da estética, Bastion traz uma jogabilidade não muito distante do que você pode ter visto em outros RPGs de ação. Corre-se através de um ambiente isométrico, encarando vez ou outra combates com as misteriosas criaturas que circundam as ruínas do mundo. Conforme você percorre os locais do jogo, novas estruturas são forçadas e, de forma geral, o mundo de jogo é reconstruído.
Atacar é tão fácil quanto apertar um botão. Você pode equipar duas armas, uma para investidas corpo a corpo e outra para ataques à distância — para qualquer forma de abordagem escolhida, haverá sempre uma animação rica, capaz de conferir intensidade ao movimento.
Bastion traz também a possibilidade de personalização. Entretanto, em vez de trazer armas em um crescendo de poder e eficácia, o jogo vai simplesmente distribuir ao longo dos cenários itens com pontos fortes e fracos, cada qual sendo mais indicado para uma situação em particular. Em outras palavras, trocar o seu machado por um facão pode não ser a melhor escolha. Depende de qual é o seu objetivo em particular — o mesmo valendo para um arco e flecha que é trocado por um morteiro.

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Enfim, Bastion parece ser uma daquelas propostas independentes que surgem para ditar novos padrões dentro da indústria de games. Um jogo igualmente belo e excêntrico, cujo público alvo é, sobretudo, aquele que considerou geniais propostas como Braid e Trine.
Bastion tem lançamento previsto para algum momento de 2011. Aguarde novidades.